quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Saquê




O que há de tão especial na bebida alcoólica obtida com a fermentação do arroz, que comparativamente ganha de longe até mesmo do vinho, no quesito tradição? Essa e outras perguntas já devem ter passado na cabeça de muita gente quando se ouve falar na milenar bebida japonesa: o saquê.



Famosa por estrelar diversos filmes ao lado celebridades de Holywood, como em “ O Último Samurai”, a bebida um dia já foi considerada alimento. Em meados do século V a.C., no período Nara, os produtores não conheciam técnicas apuradas de fermentação, e o saquê era feito com pouco álcool e água, em uma combinação que mais lembrava uma porção de mingau do que outra coisa...



Nessa época, “comia-se” o saquê de hachi, direto de uma tigela. Na verdade, tudo era o resultado de uma receita com pormenores um tanto repulsivos: mascava-se o arroz para fermentá-lo com a saliva e depois cuspia-se em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de “Kuchikami no sake”, ou saquê mastigado na boca. Já na província de Hokkaido e em áreas rurais de Okinawa, os fãs da bebida encontraram outras maneiras de “purificar” esse processo, determinando que apenas as jovens mulheres virgens poderiam mastigar o arroz, pois elas eram consideradas representantes dos deuses aqui na terra. Logo não demorou, e a bebida produzida por elas foi batizada de “bijinshu”, saquê de mulher bonita. E por incrível que pareça, essa prática sobreviveu até poucos séculos, mesmo após a adoção de técnicas mais modernas de fermentação.



Diz a lenda que a fermentação da bebida foi descoberta por acaso: “Certo dia, um cidadão desleixado esqueceu de tampar um tacho de arroz que cozinhará e o arroz acabou mofando. E como ele era realmente desleixado, também o esqueceu de jogar fora e só depois de alguns dias “notou” que havia ocorrido uma fermentação e o arroz então, transformara-se em uma deliciosa bebida, na verdade mais pastosa do que líquida. A total falta de cuidado do cidadão, acabou se transformando então, em um método e os produtores descobriram que o fungo que mofara o arroz era o responsável pela transformação do amido em glicose e fermento. Logo, o fungo ganhou nome “kamutachi” e não demorou muito para que os produtores divulgassem que a bebida era “produzida pelos deuses”.



Até o século passado, o saquê ainda era produzido artesanalmente, onde o arroz era primeiro lavado e depois colocado em tinas (vasos gigantes) para cozinhar. E após esta etapa de fermentação, a pasta resultante era ralada e só então, misturada manualmente até chegar ao produto final. No entanto, atualmente os grandes fabricantes japoneses ainda utilizam métodos que lembram esse antigo processo. E hoje, o saquê é feito em grande escala industrial e não há mais vestígios do romantismo do passado. Pelas leis do país, a produção caseira da bebida é proibida.



E como os tempos mudam, o “kamutachi” também mudou de nome e hoje é conhecido como “koji”. E é ele quem determina o aroma e o gosto do saquê, uma difícil tarefa para os “tojis”, pois eles que escolhem o fungo que garantirá um sabor ainda mais especial à bebida. O que permanece inabalável, no entanto, é a popularidade do ritual.



Beber saquê é um ritual no país, e existem várias razões pelas quais a bebida é apreciada, que vão muito além do paladar, sede ou disposição para encher a cara. Segundo a tradição, bebe-se saquê para eliminar as preocupações e prolongar a vida, e isto por si só, vale qualquer dose a mais. Pega até mal chamar de bêbado quem toma saquê de forma exagerada e sai cambaleando de madrugada pelas ruas das cidades japonesas. Inebriado talvez fosse a designação correta, uma vez que os efeitos da bebida transformam seus apreciadores em cantores, galanteadores e seresteiros ao luar nas noites nipônicas.



No Japão, costumam-se dizer que o saquê é o melhor companheiro na solidão. Só não se pode tomá-lo em qualquer copo ou em qualquer ocasião. Bebe-se em grandes comemorações como no Ano Novo e nas cerimônias xintoístas de casamento, em encontros românticos e também na falta de um pretexto feliz ou dor de cotovelo.



Na maioria das ocasiões, o saquê é servido quente em uma temperatura que varia entre 40º e 55º C. Mas ele também pode ser tomado gelado ou misturado a outras bebidas e sucos, originando coquetéis muito interessantes. A maneira mais tradicional de servi-lo é em xícaras quadradas de madeira, chamadas “masu”, que conferem à bebida um suave sabor amadeirado. Nesse caso, sempre é servido frio com temperatura variando entre 20º e 40º C, uma vez que o saquê quente absorveria o gosto da madeira. Em muitos lugares, sugerem-se ainda que coloquem uma pitada de sal no canto do masu, um certo estilo adotado pelos jovens.



Rituais à parte, os efeitos “inebriantes” do saquê vão muito além das histórias fantásticas da antiguidade. O saquê é a bebida com mais alta porcentagem de álcool entre os fermentados do mundo. Sem ser diluído, chega a marca de 20% de teor alcoólico, enquanto uma cerveja não passa de 5% e o vinho de 12%. Mesmo assim, com menos álcool, ambos estão ganhando a queda-de-braço com o saquê no mercado japonês. Em 1872, quando a bebida era um dos principais produtos da economia do país, havia 30 mil fabricantes, hoje o número não chega a 10% do total. São cerca de 2.300 produtores que fabricam anualmente, pouco menos que um bilhão de litros de saquê. O que não quer dizer que a bebida está em declínio, pelo contrário, alguns tipos de saquê atingem cifras absurdas, ganhando o status de bebida, como o saquê produzido na província de Hyogo, considerado o melhor do país. Uma simples garrafa pode custar até 300 mil ienes. E mesmo que a cerveja e o vinho continuem roubando espaço do saquê no Japão, uma coisa é certa: ele está na lista dos principais persongens da história do país e os japoneses não o deixaram de beber, pelo menos em comemoração a isso. E como beber saquê no Japão, é um ritual milenar e os excessos são jusificados por milhares de anos de história, o modo mais simples de se desculpar por qualquer estrago provocado em uma noite de bebedeira no Japão, é dizendo “Eu estava bebendo saquê...”. e o perdão é praticamente certo, seja qual for o dano causado.



Curiosidades sobre a degustação



Enquanto para se provar vinho, basta uma simples taça e não mais que meia dúzia de palavras para classificá-lo, o saquê tem uma infinidade de recepientes para ser tomado, conforme a região do país e a ocasião a ser celebrada. Só para expressar suas opiniões numa degustação de saquê, os especialistas têm a disposição um vocabulário com mais de noventa palavras, em sua maioria desconhecidas do público.





Uma sessão de degustação de saquê começa com uma regra fundamental: durante a reunião, só se pode falar em saquê.

As paredes da sala devem ser de cor creme claro e com janelas de face norte para aproveitar a luz natural do sol, no entanto, o saquê não deve estar sob exposição direta do mesmo. O horário de degustação sempre é entre às 10 e 11 horas da manhã, quando o sol ainda não está forte e os técnicos já fizeram a digestão do café e ainda não almoçaram. Não se degusta saquê com estomâgo cheio. A bebida é servida em temperatura ambiente, à cerca de 20ºC.

O copo usado é de porcelana branca com dois círculos azuis no interior, denominado de olho-de-cobra. Os círculos coloridos servem para que os especialistas avaliem a transparência da bebida, enquanto o fundo branco, é utilizado para observar a cor do saquê.



Existe um ritual especial à mesa para tomar o saquê. Levante o seu copinho para receber a bebida, servida sempre por seu vizinho de mesa, apoiando-o com a mão esquerda e segurando-o com a direita. É imprescindível que você sirva o seu vizinho de mesa porque não é de bom tom servir a si próprio. O copo de saquê deve sempre ficar cheio até o final da refeição. A tradição manda fazer um brinde, Campai, esvaziando o copinho num só gole. É sinal de hospitalidade e atenção.







Fonte: www.japãoonline.com



Melhor Bartender do Ano



Melhor Bartender do Ano: 2011




 

 


Maria das Dores Bento
Bartender de Salvador/BA



Em breve
Bartender do Ano 2012




HOMENAGEM A MELHOR BARTENDER DO ANO



Creio eu, ainda não inventaram um lugar melhor para que possamos retornar novamente a nossa sintonia, após mais um dia exaustivo de trabalho duro, do que ao redor de um balcão ou mesa de Bar ou Restaurante. Ou isto é algo natural na vida do ser humano ou temos milhões de malucos em todos os cantos do planeta que fazem esta loucura de desintoxicação quase que diariamente!



Isto ocorre em nosso dia a dia na cidade onde moramos, trabalhamos ou simplesmente durante as nossas viagens a negócios ou passeios. A nossa melhor memória é sempre a enogastrônomica, por mais fotografias ou outras lembranças que possamos trazer em nossas bagagens de volta, ficará sempre vivas em nossa memória, aquele lugarzinho onde apreciamos um prato diferente ou tomamos aquela bebida com gosto único daquele lugar!



Quando o viajante chega a qualquer lugar pela primeira vez é bastante comum descer ao Bar do Hotel ou Restaurante ou mesmo perguntar onde tem um Bar ou Restaurante por perto com boa comida e bebida. O simples pedido de uma bebida já é motivo para puxar papo do visitante com o nativo local.

Outro dia li na internet que finalmente os cientistas chegaram a uma conclusão fantástica sem a qual a humanidade poderia desaparecer totalmente... “Quem nascera primeiro? O Ovo ou a Galinha”? Creio que com isto posto, vou fazer um pergunta que me intriga muito também, como Bartender que sou, “Quem surgiu primeiro, a Bebida ou o Bar”? Todos irão me responder com toda a certeza que sem bebida não haveria Bar. E estou quase de pleno acordo sobre esta situação, não fosse outra dúvida cruel, qual é o prazer de beber sem companhia? Portanto, em minha opinião penso que a bebida foi criada primeiramente, mas, como no caso da galinha e do ovo, a bebida também não teria tanta importância em nossas vidas, caso não existissem os Bares e Bartenders nossos de cada dia, e um não teria sentido em existir sem o outro!



Não sei se já pararam para pensar nisto,claro que pode ser filosofia de Boteco,quão sem graça seria um Bar sem ninguém por detrás do balcão? Seria como uma sala de cinema sem projeção? Imagino que seria apenas uma tela branca e inexpressiva e sem graça num imenso salão.



O Bartender representa para todos os apreciadores de uma boa bebida e de um bom bate papo, e falo genericamente de todos os tipos e preferências por bebidas e não falo somente das alcoólicas, aquele diferencial que só conseguimos encontrar por lá, pois a mesma bebida em sua casa tem outro gosto!



O Bartender é como aquele Artista que gostamos de ver atuando, o Mestre com quem podemos compartilhar nossas vidas, alegrias e tristezas ou simplesmente a companhia perfeita para aqueles momentos de pura “reflexologia de lavantamento copistíco” diário!



Ele é o Cara, com disse certo Presidente norte americano sobre seu colega brasileiro! Ele é aquele que tudo vê... mas, nada enxerga...Aquele que tudo ouve...mas, nada escuta...Aquele que tudo sabe...sobre seus amigos do Bar...mas, nada fala para ninguém!



Filosofia de Bar ou embriaguez momentânea, não existe uma maneira mais objetiva de homenagear este Profissional que faz muito mais do que simplesmente servir bebidas ou criar misturas para compor novas receitas de Coquetéis como imaginam alguns.



Ele é o nosso Conselheiro momentâneo, o Guia Turístico não incluso nos pacotes de viagens e de boas vindas, o Psicólogo que nunca consultamos ou um novo Amigo conquistado quando visitamos um lugar diferente. Ele sempre será um “Ombro Amigo” naqueles momentos em que simplesmente precisamos que nos ouçam sem nada dizer ou comentar. Aquele que nos vê, olhando em nossos olhos, sem nos enxergar mesmo estando a nossa frente. Aquele que não queira saber quais são nossas preferências ou condições emotivas.



Este sempre será reconhecido como o nosso Amigo, o Bartender!





Paulo Avelino Jacovos
1º Secretário da ABB